quinta-feira, 5 de maio de 2016

OVNIS E ETS QUE HABITAM EM PERUÍBE - SP


"Você vê coisas que existem e pergunta: por quê? 
Enquanto isso, eu sonho com as coisas desconhecidas e pergunto: por que não?" 
George Bernard Shaw 




Silas Costa(foto) é pescador. De sua casa simples em Peruíbe, encravada à beira do mangue, tem uma vista privilegiada: a serra do Mar. Possui píer privativo, onde está ancorado o seu barco. Às 4h30 sai para pescar, e é nesse horário que costuma ter suas visões: “Do morro em direção ao mar, num trajeto que não costuma passar aviões e abaixo das nuvens, é comum ver uma luz forte”, relata. Para ele, essa luz tem uma explicação muito clara: “é um objeto voador não identificado”. A revelação de que ovinis sobrevoam a cidade não choca moradores e turistas desse município localizado entre o mar e a montanha, no extremo sul do litoral paulista, até porque a luz descrita por Silas, também costuma ser vista por diversas outras pessoas na região.

O relato de Silas, bem como de muitos outros moradores e visitantes, é encarado com seriedade pela administração municipal de Peruíbe. A cidade possui um céu límpido graças à falta de indústrias, uma vez que sua área encontra-se ao abrigo de uma das mais importantes reservas naturais do mundo: a Estação Ecológica Jureia-Itatins.

O interesse pelo assunto, que já atinge âmbito nacional, motivou a prefeitura local a instituir um passeio turístico inusitado: o roteiro ufológico. O itinerário, único de caráter oficial em todo o país, conta com oito pontos propícios para se avistar os supostos objetos não identificados. .

As luzes não seguem um único padrão. Podem variar entre fortes e fracas, assim como ter cores, geralmente vermelho e amarelo. Avistamentos de bolas de fogo também são comuns e, de forma mais concreta, há quem afirme que já viu naves de diversas formas geométricas. Silas diz que chegou a correr de uma delas, com receio de ser abduzido. “Uma vez, uma nave muito parecida com um ônibus me acompanhou no trajeto de volta para casa. Ela estava muito próxima, a cerca de 20 metros de distância. Foi a única ocasião em que senti medo com esses fenômenos”, afirma o pescador.
Autor de dois livros sobre o assunto e fundador do Grupo de Estudos Ufológicos da Baixada Santista, Wallacy suspeita que a aparição constante desses ovnis em Peruíbe acontece por causa da Estação Ecológica Jureia-Itatins. “É uma região preservada que esconde muitos mistérios e é rica em minérios, que faz com que a casuística seja maior”. Histórias semelhantes têm levado cada vez mais pessoas à cidade, atrás de experiências com seres extraterrestres ou, simplesmente, por curiosidade. Ufólogos montam acampamento no município quando um novo relato é registrado. “Vamos para pesquisar a fundo casos que aconteceram por lá. Assim, entrevistamos testemunhas e colhemos materiais para análise. Tentamos fazer uma investigação completa”, explicou o ufólogo Wallacy Albino, morador de Guarujá.

Ufólogo da capital paulista e autor de livros sobre o assunto, Paulo Aníbal vai além: “Peruíbe conta com algumas coisas bem estratégicas que atraem esses ovnis, como a riqueza mineralógica, a geologia, os produtos genéticos e a natureza abundante”. Aníbal, que há 25 anos estuda o fenômeno, elogia a forma como a administração pública municipal trata o assunto: “A única prefeitura em todo o Brasil que tornou esse roteiro oficial é a de Peruíbe, e isso é muito bom porque nos dá a oportunidade de documentar os eventos de maneira mais consistente”.

No início de 2001, realizou-se o 1º Congresso Ufológico de Peruíbe, que reuniu 800 pessoas para discutir o fenômeno. Em abril do ano passado, o congresso chegou à 8ª edição e contou com conferencistas de todo o país, além de quatro preletores internacionais. Nesta edição, paralelo ao congresso, foi realizada a 2ª Conferência Internacional Sobre Vida Extraterrestre da Jureia. Juntos, os eventos atraíram cerca de 700 pessoas por dia.

A Secretaria de Turismo não tem dados concretos sobre o número de pessoas interessadas no assunto que vão à cidade exclusivamente por causa do roteiro alienígena. Contudo, afirma que a procura tem crescido.

Há quem esteja disposto a desembolsar de R$ 20,00 até R$ 180,00 pelo passeio em pontos de avistamentos. A única agência de turismo na cidade que realiza o roteiro é a empresa Na Trilha da Jureia. A excursão pode levar de quatro horas até o dia inteiro, dependendo do que for fechado com o participante.

A busca pelo roteiro acontece com mais frequência no período do congresso, depois diminui. A procura é incipiente, mas curiosa, já que chega a atrair pessoas que nem acreditam em vida extraterrestre.

Contudo, é um fenômeno que não se pode ignorar, já que ajuda a aquecer a economia local. Diz João: “Uma pessoa de fora que chega à cidade atraída por esse roteiro, gasta, em média, R$ 150,00 por dia, fora a hospedagem. Isso traz retorno para o município”.

Conhecida como Capital Nacional do Disco Voador, a cidade, contudo, não prima pela divulgação e exploração do roteiro. Os pontos de avistamentos propostos não contam com placas informativas. “Isso é um erro, pois os que vêm de fora não conseguem chegar sozinhos aos lugares apresentados nos materiais de divulgação da prefeitura. Muitas vezes, passam pelo ponto e não sabem que ali é o lugar que procuram. Se, por acaso descobrem, não têm como conhecer a história daquele lugar sem a ajuda de um morador local”, reclama Keila Andrea Costa, ufóloga e fundadora do Grupo de Estudos e Pesquisas Ufológicas de Peruíbe.

Roteiro extraterrestre


Além das luzes coloridas e dos fortes brilhos no céu, há relatos de pessoas que chegaram a ver seres iluminados que deslizam sem tocar o chão. Isso vai de acordo com antigas fábulas da cidade. Keila explica que Peruíbe tem muitas lendas sobre o assunto: “Dizem que no início da história da cidade uma nave caiu aqui, com um casal extraterrestre e a ‘mulher’ morreu na queda. O Exército capturou a nave e o corpo. Contam que, até hoje, o sobrevivente ronda por aí, procurando por sua companheira. Descrevem-no como um ser esbranquiçado, alto, de uns dois metros, que se move rapidamente”.

Segundo a ufóloga, a lenda vai além. Ela conta que há quem acredite que ele possa ‘morar’ no interior da Pedra da Serpente, um dos pontos de visitação sugeridos pelo Roteiro Ufológico. Ela está localizada na encosta da serra, pela entrada para o Guaraú. É uma imensa parede rochosa vertical, que possuía em relevo a ilustração de uma serpente enrolada – hoje ainda dá para ver as marcas do desenho na rocha. O local é apontado como pródigo em avistamentos de ovnis e de seres luminosos. Há relatos de que, à noite, é possível observar um desses seres, além de bolas de luz esbranquiçadas saindo da rocha em direção ao mar.

A região do Guaraú, tanto a praia quanto a serra, também está inclusa na rota dos ETs. A praia do Perequê é outra que acumula inúmeros relatos ufológicos. Foi numa praia que João Fioribelli Jr teve seus avistamentos. Em uma das ocasiões, o secretário estava caminhando pela areia com sua família, na região das Ruínas do Abarebebê, quando avistou uma imensa luz esbranquiçada. O fenômeno durou cerca de 15 minutos, chegando a pairar no céu bem acima da família. No mar, temos o segundo ponto: a Ilha da Queimada Grande. O local, moradia das temidas e venenosas cobras jararacas-ilhoa, conta com inúmeros avistamentos de ovnis e seres luminosos que, à noite, saem e entram no mar. “Alguns ufólogos acreditam que a base submarina desses seres extraterrenos fica embaixo da ilha”, explica o pescador Silas. Mas Wallacy contesta: “Isso é bobagem. Não tem como ter uma base ali, porque nosso mar não é tão profundo para isso”.

A praia de Barra do Una está no itinerário por conta do relato de um casal local que, de madrugada, viu uma enorme bola de luz branca, pairando sobre a areia da praia. Segundo narração publicada no site da prefeitura, dois seres luminosos, que flutuavam bem próximos ao chão, saíram dessa bola, e um deles foi em direção ao casal, que correu da criatura. Então os seres voltaram para a nave que levantou voo sem emitir qualquer som.

O bairro de São José conta com uma ocorrência inusitada. Em 2008, um objeto desconhecido teria pousado num taboal, bem próximo à rodovia Padre Manuel da Nóbrega. Nesse local, uma marca oval foi constatada na manhã seguinte, onde a vegetação foi amassada, seguindo o mesmo padrão. Na ocasião, Wallacy e diversos outros ufólogos foram ao local para estudar as marcas.


A praia de Peruíbe e o Costão também são tidos como ótimos pontos de avistamentos de ufos. Numa vigília realizada em 2009, um ovni foi observado, realizando um movimento rápido. Ele saiu de Itanhaém e pairou a aproximadamente 500 metros à frente das poucas pessoas presentes. Segundo contam, o objeto voador não identificado afundou no mar.

Em três oportunidades, Ricardo Varela Correa, engenheiro do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), visitou Peruíbe e achou inusitada a proposta da prefeitura local. “É um roteiro interessante, pois abre um leque cultural à parte sobre um assunto que não é muito explorado turisticamente. Este é um itinerário que chama a atenção e, no turismo, tudo é válido”, diz.

Se no turismo ele aprova, na ciência a situação é diferente. Segundo o engenheiro, o Inpe não tem nenhum estudo realizado que constate tais fenômenos. “Não temos o que dizer sobre tais aparecimentos, pois cada declaração de avistamento faz parte da verdade subjetiva da pessoa”, afirma.


APESAR DE SER UMA PROPAGANDA ESCANCARADA DO TIPO TURISMO UFOLOGICO ACHEI QUE VALIA A PENA TER POSTADO!