domingo, 24 de julho de 2011

SORTEIO DE DOIS DVDS, NASA 50 ANOS DE MISSÕES ESPACIAIS


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 deixem o seu endereço.
(obs: os dvd's são originais!)
 válido até o dia 24/09/2011
Boa sorte: rondinelli

sexta-feira, 1 de julho de 2011

A ORIGEM DO MILHO


O milho deve ter surgido em solo Centro-Americano há aproximadamente 7000 anos. Devemos procura-lhe a origem nos planaltos do México, onde, em tempos pré-colombianos, o precioso grão rapidamente se espalhou ao norte até a Barra de São Lourenço, ao sul até o Prata e a oeste até o Amazonas. Os Astecas, Maias e Incas, não só dele se alimentavam, mas tinham também uma relação de cunho religioso. Até o descobrimento da América, em 1492, os europeus desconheciam por completo a existência do milho. Quando Cristóvão Colombo levou algumas sementes para a Europa, em 1493, causou grande sensação entre os botânicos. Linneus, em sua classificação de gêneros e espécies, denominou-o de "Zea Mays", do grego "Zeia" (grão, cereal), e em homenagem a um dos principais povos da América, os Maias. Hoje seu consumo abrange praticamente todas as partes do mundo. E não apenas como alimentação. O milho serve também de matéria-prima para a fabricação de inúmeros produtos como óleos, cremes vegetais, bebidas e, por incrível que possa parecer, até combustíveis.
O milho (Zea Mays) parece ter-se desenvolvido de um gramíneo silvestre (enchalaena mexicana). Dada a sua importância para a humanidade, surgiram em diferentes culturas, lendas que explicam sua origem.





LENDA GUARANI


Em tempos perdidos na noite da antiguidade, quando viviam os índios muito afastados uns dos outros, cada família devia por si só cuidar e procurar o sustento na caça ou na pesca.
Dois caçadores, porém viviam juntos e eram os únicos que ajudavam na caça e repartiam o produto dela entre si e suas famílias.
Um dia quando foram pescar, disse um deles:

Não seria possível que "Nhandeyara", o grande espírito, que manda nas aves do céu e os animais da terra para nosso alimento e o de nossos filhos, se dignassem de por sobre a terra outra casta de alimentos que fossem mais fáceis de colher? Os frutos silvestres têm sua curta estação, a caça e pesca, costuma faltar e por vezes e muito mal passaríamos, se as raízes de umas plantas e os grelos das palmeiras não nos servissem de sustento.

Em tais conversas passaram horas, pois a pesca não foi muito abundante naquela ocasião. No dia seguinte cedo, aprontaram-se os dois caçadores seus arcos e flechas e dirigiram-se ao mato à procura de jacus. Caminharam muito, detendo-se por vezes para escutar o ruído de uma caça levantada que fugisse. Porém, a batida não deu resultado melhor que a pesca do dia anterior. As aves e os quadrúpedes tinham-se retirado para outra região e apenas obtiveram o indispensável. A escassez fazia-se sentir por toda aquela lua. Uma noite, conversavam os dois amigos assentados sobre um toro que lhe servia de banco perto da porta, quando lhes apareceu um valente guerreiro, que saíra da escuridão todo envolvido em raios de luz.

Aproximando-se deles, disse que era enviado de Nhandeyara, que tinha escutado sua conversa na escuridão e que o mandara para proporcionar-lhes o alimento que lhes faltava. Para este fim devia lutar com cada um, para ver qual deles era o mais forte, tendo o mais débil de sacrificar-se e ser enterrado perto da cabana. Da sepultura nasceria uma planta, que daria frutos suficientes para sustentar todo o tempo as duas famílias e a quantos a cultivassem.

E imediatamente começou a luta no pátio. O mais fraco era Avaty, este era o nome de um dos caçadores. Deu-lhe sepultura o amigo sobrevivente, que lamentava a inevitável separação e o estranho guerreiro, desapareceu na sombra de onde saíra. Aquele tinha que trabalhar com afinco e demorar-se mais nos bosques e campos para granjear o alimento indispensável para a sua família e a do amigo.

Em um dos primeiros dias da primavera foram surpreendidos pela agradável nova de que no túmulo de Avaty tinha nascido uma formosa planta de muitas folhas verdes e espigas douradas. Viu então o caçador cumprida a promessa feita pelo guerreiro e tranqüilizando-se compreendeu a grande sabedoria de Nhandeyara, que pode sacrificar um homem de bem para o bem de todas as outras criaturas.
Desde então, chamam os guaranis aquela planta "Avaty", em homenagem ao índio sacrificado e os nativos daquela terra cultivaram com esmero nas suas pequenas roças o primoroso grão, cuja espiga, ao ser assada de mão em mão, simboliza a união e afetuosa amizade. Pois nenhum bom índio olvida que a abundância que proporciona esse admirável alimento, tanto aos homens como aos animais, provém do sacrifício de um amigo fiel.



LENDA PARECI


Um grande chefe Pareci, dos primeiros tempos da tribo, Ainotarê, sentindo que a morte se aproximava, chamou seu filho Kaleitoê e lhe ordenou que o enterrasse no meio da roça assim que seus dias terminassem.
Avisou que três dias depois da inundação, brotaria de sua cova uma planta que algum tempo depois rebentaria em sementes. Mas avisou para que não comessem e sim, guardassem-na para replanta, deste modo, ganharia a tribo um recurso precioso.
Assim foi feito e o milho apareceu entre eles.
Monteiro lobato aproveitou-se deste mito de vida e morte e, pelas mãos da personagem tia Nastácia, fez nascer o Visconde de Sabugosa, uma espiga de milho filósofa e cientista que andava e falava como os seres humanos e sabia mais do que qualquer pessoa do "Sítio do Picapau-Amarelo.







OUTRAS TRADIÇÕES, OUTRAS LENDAS


Existe na América do Norte, uma variante da lenda Pareci recolhida graças às investigações de C. Mathews, que omitimos para não sermos prolixo.
O milho, base da alimentação dos antigos habitantes do México e da América Central, ocupa um lugar importante na sua mitologia e história tradicional.
Suas tradições referem que a invenção deste cereal, deu-se depois da inundação diluvial da antiguidade americana e que foi efetuada por Quetzalcoatl, ou por seu companheiro Yucateca.
Naquela época os deuses, desejando encontrar com que acudir a subsistência dos homens, se puseram em marcha para descobrirem alguma planta. Quetzalcoatl chegou ao fim da estação da chuva a montanha Paxil, situada nos limites ocidentais da Guatemala e do estado de Chiapas.
Ali encontrou homens carregados de feixes de milho. Segundo historiadores, seria formigas, símbolo da indústria e do trabalho, as que teriam levado a Quetzalcoatl ao descobrimento deste cereal tão importante.
Em geral, se atribue o achado do milho à civilização dos Toltecas, parece, porém que os Olmecas, antes daqueles, o cultivavam.
O milho no mundo Pré-Hispânico era sustento básico do corpo e também do espírito. A religiosidade dos Astecas estava vinculada de várias maneiras com o milho. Era o emblema da deusa dos cereais centeotl. O deus Tlaloc levava uma haste desta planta na mão. O caráter sagrado do milho se encontra a cada passo na liturgia dos antigos mexicanos. Em setembro, a festa das sacerdotisas da mãe do milho, circunstância que os liga aos peruanos, que também veneram neste mês das mulheres, a deusa Mama Sara. Esta era a época propicia aos casamentos. Sendo a cultura peruana dominada de uma astrolatria ou astronomia simbólica, não admira a Mama Sara se encontra ente as estrelas do céu. Ela corresponde à constelação de virgem e é precisamente em setembro que se acha o sol neste signo.



OS ÍNDIOS DA AMÉRICA DO NORTE

Os índios do leste da América do Norte, acreditavam que o espírito do milho tinha se originado do sangue da mulher dos grãos. Nas fórmulas sagradas dos Cheroke, o cereal por vezes é invocado como a "mulher velha" e um dos seus mitos conta como um caçador viu uma bela mulher sair de um pé de milho.
Os Iroqueses acreditavam que o espírito dos grãos, o espírito das vagens e o espírito das abóboras eram três irmãs vestidas de folhas que se amavam muito e gostavam de viver juntas. Essa trindade divina é conhecida pelo nome de "De-o-ha'-ko", ou seja, "nossa vida". As três pessoas da trindade não têm nomes individuais e não são nunca mencionadas separadamente.

Os índios contavam uma lenda segundo a qual o milho era cultivado com facilidade, até que o "maligno", invejoso de seu útil dom concedido ao homem pelo grande espírito, lançou sobre os campos uma praga. E, ainda hoje, quando o vento faz farfalhar o milho, o índio julga estar ouvindo o espírito do milho lamentando a fecundidade perdida.
Os mitos da criação das plantas cultivadas deram um sentido de fundação cósmica ao nascimento dos cereais e converteram a origem da agricultura em um momento inaugural da vida civilizada. A agricultura, portanto, foi sinônimo de riqueza e vida civilizada. Seus símbolos eram a abundância de bens, a suntuosidade de templos, a magnificência das cidades e o esplendor que irradiava a imagem dos deuses.
Percebe-se portanto o quanto os antigos pré-colombianos tinham toda a razão em sua adoração pelo milho. Em certo espaço do tempo, o milho não foi somente um alimento, mas uma forma de ver e encarar o mundo. E, para nós hoje, ele é uma das maiores riquezas que a natureza já nos ofertou.
Por: Milton Dino Frank Junior - diretor presidente do CUB


Eu acredito que toda lenda tem um dedo de verdade!
Rondinelli
Fonte:http://www.cubbrasil.net/index.php?Option=com_content&task=view&id=94&itemid=88